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Pesquisa de Mercado – Centro de formação profissional para a área de comércio, indústria e serviços em Sobral

Sempre que uma empresa almeja tomar a decisão de abertura de novos empreendimentos ou alteração dos produtos e serviços ofertados é salutar realizar pesquisa de mercado a fim de reduzir incertezas.

Dessa forma, é possível dimensionar o mercado, identificar os segmentos, detectar tendências, avaliar a performance de produtos e serviços, identificar o que o mercado é capaz de absorver e a que preços esses produtos poderão ser vendidos. Analisar o mercado a partir do público alvo da empresa ou mesmo população da em geral fornece para a empresa ou entidade valiosas informações para a tomada de decisão.

Como parte do Programa Nacional de Desenvolvimento do Varejo (PNDV) foi realizada uma pesquisa para analisar se o município de Sobral, no Ceará, comporta a abertura de um centro de formação profissional para área de comércio, indústria e serviços.

Os resultados revelaram que há demanda tanto por parte do público de empresários/formadores de opinião quanto no público geral pesquisado no tocante a necessidade de capacitação, sobretudo no segmento de comércio, mas ambos públicos pesquisados apresentam limitações no que diz respeito ao desembolso para financiar a capacitação necessária.

 RESULTADOS

Para analisar essa demanda, foram realizadas duas pesquisas, a primeira voltada para o público de empresários e formadores de opinião. Dentro deste grupo foram contemplados pequenos, médios e grandes empresários, além dos formadores de opinião, onde foram entrevistados vereadores, secretários da prefeitura, gerentes de grandes empresas e demais executivos. Quanto à segunda pesquisa, o foco foi o público em geral, tendo sido contemplado principalmente pessoas com ensino médio completo, em busca do primeiro emprego. Também foi dada prioridade ao público já empregado em áreas diversas do mundo do trabalho e, em menor escala, foram contemplados também profissionais com ensino médio completo, mas que se encontram desempregados.

Na primeira pesquisa de empresários e formadores de opinião, 45% do público considera satisfatório e 19% considera muito satisfatórios os serviços educacionais de ensino superior na cidade de Sobral, frente ao público de 19% que considera insatisfatório.

No que diz respeito ao serviço de ensino profissionalizante, 45% considera satisfatório e 7% considera muito satisfatório, frente a 16% que considera insatisfatório.

Este público de empresários e formadores de opinião crítica de forma mais contundente a qualidade do ensino e cursos de curta duração, apenas 29% considera que os cursos de curta duração estão satisfatórios, enquanto que 43% informa que consideram insatisfatórios e 34% não soube sequer responder, muito provavelmente por não ter contato com os mesmos. Até aqui se subentende que há necessidade de cursos mais efetivos de curta duração e pelo menos num primeiro momento se supõe que os novos cursos e cursos mais consistentes e aderentes às demandas apresentadas seriam bem-vindos para a comunidade de Sobral-CE. A maioria desses cursos são conhecidos por esse público através de entidades locais tais como Sebrae/ Senac/ CDL/ Senai (71%), outras consultorias (13%) e áreas de extensão de Faculdades (16%), pelas respostas obtidas se compreende que o serviço prestado por esse elenco de opções não está aderente à demanda da população dentro do nosso universo pesquisado. Para esse público a demanda mais procurada se concentra sobre cursos ligados ao comércio, e nas áreas comercial e de vendas, existindo, segundo eles, carência de bons profissionais neste segmento no mercado.

Importante destacar que 43% deste público considera ser muito importante a abertura de uma instituição de ensino profissionalizante e 42% considera ser importante; frente a 7% que considera pouco importante e 8% que não soube responder, contudo quando indagamos o quanto estaria disposto em desembolsar, muitos tem dificuldade em responder, outros preferem não responder. Do quantitativo que respondeu a este quesito, citaram intervalos de valores em sua maioria muito módicos, sendo que o maior grupo estaria disposto a desembolsar entre R$ 40,00 a R$ 100,00 (quarenta a cem reais) por curso/por colaborador. Em segunda escala aparece o intervalo de respondentes que estaria disposto a desembolsar entre R$ 101,00 (cento e um reais) a R$ 200,00 (duzentos reais). Vale frisar que os empresários e formadores de opinião citaram em acréscimo a esta pergunta que esse valor poderia variar dependendo da consistência do curso, grau de interesse e metodologia a ser adotada, denotando que podem vir a desembolsar mais caso o curso se apresente como um produto e serviço de excelência.

Público geral

Das 207 respostas obtidas a partir do público geral, a faixa etária estava concentrada no intervalo de 18 a 25 anos, sendo estes 46% do público pesquisado, denotando ser um público que busca o primeiro emprego e/ou que já está trabalhando em seu primeiro emprego. Em seguida encontramos o intervalo de idade de 25 a 35 anos, com 31%, sendo estes em maioria público empregado e que busca incrementar seu perfil profissional e assim poder galgar melhores cargos na empresa onde trabalha ou em outra organização. 17% é o público que está dentro do intervalo de 36 a 45 anos e apenas 6% estão acima de 45 anos.

Assim como o público de empresários e formadores de opinião, também o público em geral elogia e pontua positivamente o nível de satisfação e de ofertas de cursos de ensino superior, neste público contudo aparecem críticas de que os cursos de nível superior são bons, mas tem mensalidade caras. Este público geral, também considera que os cursos de nível Técnico são satisfatórios. A diferença aqui é que o público desta segunda pesquisa também considera que os cursos de curta duração oferecidos pelas instituições já existentes na cidade são satisfatórios, a maioria, 54% os pontua como satisfatórios e 4% como muito satisfatórios; enquanto que 24% os considera insatisfatórios por não atender às suas necessidades e 18% que não soube responder.

Este público, em maioria, busca capacitação em entidades locais (SEBRAE/SENAC/SENAI/CDL), 64%; enquanto que 32% busca a capacitação nas faculdades e 4% em consultorias, algumas vezes até externas ao município. Em menor escala ainda aparecem respostas informando que buscam capacitação pela internet ou junto ao governo. Minoritariamente aparece algum respondente que cita que a capacitação é oferecida pela própria empresa onde trabalha.

Vale destacar que esse público pesquisado informa que considera que o município é carente no que diz respeito à formação profissional,  70%; enquanto que 30% acredita que a capacitação existente é suficiente e lamenta não ter condições financeiras para custear os cursos que são ofertados.  O segmento mais demandado é o de comércio/marketing/vendas.

Este público geral, considera que os cursos mais adequados para o município de Sobral são os Técnicos, 50%; enquanto que 19% anseia por cursos de extensão (curta duração), 17% buscam cursos de pós-graduação e 14% buscam cursos de graduação.

Há ainda uma crítica recorrente de que a cidade oferta muitos cursos nas áreas da saúde, sobretudo na área de enfermagem. Alguns citam que chegam a fazer por falta de opções de outros segmentos serem ofertados.

O público geral considera ser importante a abertura de uma instituição de ensino para formação profissional, mas que atenda às suas necessidades, 47% e 45% considera ser muito importante. Apenas 6% considera que é pouco importante e 2% não soube responder.

Vale destacar que do público geral 54% cita que já deixou de participar de seleção para emprego por não possuir a devida capacitação exigida pela empresa que ofertava a vaga; frente a 46% que nunca passou por esse problema.

A maioria deste público não tem interesse em capacitação fora do município de Sobral, 65%; frente a 35% que diz ter interesse em capacitação externa ao município de Sobral. Dessa minoria que tem interesse em buscar capacitação fora da cidade, eles citam os seguintes cursos que buscam: arqueologia, artes cênicas, contabilidade, direito administrativo e algum mestrado e doutorado.

No que diz respeito a quanto estaria disposto a pagar por sua capacitação aparecem alguns intervalos tais como: entre R$ 101,00 (cento e um reais) a R$ 200,00 (duzentos reais) encontramos 64 respondentes; de R$  201,00 (duzentos e um reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) obtivemos 52 respondentes.  De R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 100,00 (cem reais) foram 28 respondentes; sendo estes os intervalos mais citados.

Novamente surge como muito importante a crença de que é necessário mais apoio por parte da administração pública quanto ao apoio ao ensino, posto que encontramos que 66% do público aqui pesquisado cita que sente falta de programas de formação com incentivos da administração pública; frente a 21% que acredita que não se faz necessário e 13% que não soube responder.

A pesquisa concluiu que há demanda tanto por parte do público de empresários/formadores de opinião quanto no público geral pesquisado no tocante a necessidade de capacitação, sobretudo no segmento de comércio, mas ambos públicos pesquisados apresentam limitações no que diz respeito ao desembolso para financiar a capacitação necessária. A maioria espera poder contar com a administração pública par poder sanar esse gap educacional e galgar melhores patamares profissionais.